Todas as vezes que folheamos um panfleto distribuído em um mercado qualquer, no qual visualizamos uma série de fotos muito nítidas de diversos produtos, legendadas na base com preços atraentes, destaque de ofertas, ladeados de cores suaves e imagens de famílias felizes fazendo compras, estamos diante de uma criação de design gráfico. Entretanto, todo produto oferecido à sociedade precisa ser antecedido por uma espécie de representação simbólica que expresse, ao mesmo tempo, qualidade e confiabilidade. Todos reconhecem o título Coca-Cola estilizado em belas letras brancas sobre uma faixa vermelha que constitui o rótulo de uma garrafa plástica, na qual se bebe o “líquido negro do capitalismo”. O mesmo é reconhecido em símbolos como os da BMW, Volkswagen, Mercedes-Benz, entre outros. São os logotipos.

Um logotipo profissional, basicamente falando, é o pórtico que condensa toda uma companhia na memória do consumidor. É o feedback em forma de símbolo que está impresso por toda parte, despertando o interesse dos clientes. Portanto, toda empresa que lança um produto, por melhor que seja, precisa apresenta-lo de modo atraente e confiável, sendo necessária a formação de uma marca que qualifique este mesmo produto. Isso se dá por meio de um processo cuidadoso de criação de um logotipo, o qual surge e se intensifica aos poucos, levando em conta a reação do futuro cliente.

Portanto, a logomarca é o verdadeiro representante, quase onipresente, de uma empresa, impressa em cartazes, outdoors, revistas, jornais e em telas digitais.

É óbvio que toda criação de um logotipo envolve criatividade artística, estudos em psicologia, intuição de elementos precisos que se combinem coerentemente e, também, muito do acaso dos acontecimentos. Um exemplo pode ser útil aqui, para ilustrar este último caso: A famosa Torre Eiffel localizada em Paris, capital da França. Este imenso monumento de aço foi parte da Exposição Universal de 1889, em comemoração aos cem anos da Revolução Francesa, estando programado para ser desmontado em seguida. Entretanto, hoje ela é basicamente o símbolo daquele país, atraindo turistas de todas as partes do mundo e girando um grande capital. Ou seja, a Torre Eiffel impulsionou a imagem da França, tornando-a mais atraente ao longo dos últimos 140 anos.

Mas, ao inaugurar uma empresa o empreendedor tem obrigação de estabelecer os seguintes passos: qual o principal diferencial que o seu negócio representará? Qual o carro chefe de sua empresa? Que público constituirá seus clientes? Quais são os seus interesses? Quais tonalidades de cores definirão melhor os seu ramo? Como irá se posicionar diante do mercado? Qual a impressão do cliente diante de tal negócio? Como condensar tudo isso em um símbolo que represente toda a companhia? Logomarca junto do título do negócio ou separados um do outro? Tudo vai depender da genialidade de se combinar as impressões mais sutis sobre a psique humana, entre imagem e linguagem que, numa perfeita comunhão, façam surgir uma forma inteiramente inédita de expressão. Por exemplo: a famosa e antiga marca de aparelhos de som, Gradiente, cujo logotipo, separado do nome, consiste na letra G maiúscula envolta em círculos concêntricos que simbolizam as vibrações sonoras. Algumas empresas acabam não apostando em uma imagem, porém, produzem um nome de grande efeito, como a Panasonic, que, basicamente, se trata de um termo composto de Pan, étimo grego que significa totalidade e Sonic, sônico, que significa tudo relativo ou pertencente às ondas acústicas perceptíveis pelo ouvido humano.

Este é o papel fundamental do ramo do designer gráfico. A vocação dentro do design pressupõe entendimento cultural, social e espiritual, ou seja, o profissional nessa área está sempre observando como as coisas funcionam na sociedade, quais os costumes, os desejos, os impulsos das pessoas, em suma, qual o espírito do momento que move os interesses delas. O profissional designer tem o dever de se interessar pelas pessoas e tentar criar algo que se identifique com elas e não simplesmente ser uma pessoa criativa que vai trabalhar para impor um produto.